Entrevista com Luís Monteiro – Bifrost Spire

Desenvolvedores Indie Entrevistas Dezembro 1, 2017

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Fundada em 2017, a Pink Dogs é um estúdio independente, cujo objectivo é criar jogos inovadores e divertidos para a indústria dos videojogos. Neste momento, a sua equipa está focada na produção de Bifrost Spire – o primeiro videojogo do estúdio para PlayStation® 4 e PC, o qual podemos experimentar, durante a Lisboa Games Week 2017, e falar com Luís Monteiro, o Programmer do videojogo.

MBG – O jogo terá algum tipo de narrativa e/ou single player?

Luís Monteiro – Single Player e co-op. O nosso foco principal é cooperação, de quatro jogadores. Mas também estamos a focar muito no single player para dar uma experiência parecida, no máximo possível. Na cooperação, nós tentamos incentivar a competição. Temos várias mecânicas que funcionam em conjunto para fomentar a competição dos jogadores, enquanto eles cooperam.

MBG – De onde surgiu a ideia de conceber um jogo de vikings moderno?

Luís Monteiro – Um jogo de vikings, isso é interessante…O nosso jogo de antes, não tinha nada a ver com vikings. E quando acabámos o curso, a licenciatura, nós dissemos: “O que é que não funciona aqui?”. Não havia história, as mecânicas não funcionavam. “Ok!” Começámos um brainstorming: vikings no espaço, vikings a lutar no espaço, Valhalla, coisas assim. “Ok, vamos ter vikings a subir até Valhalla!” Pronto, a partir daí a coisa começou a desenvolver. Já temos muito lore escrito, estamos a escrever mais, está a ir num bom caminho.

MBG – Algum jogo fora do género que vos tenha inspirado a colocar mecânicas originais?

Luís Monteiro – Sim, alguns. Certas mecânicas – o meu colega sabe responder melhor que eu – mas certas mecânicas do Black Ops, do modo zombies. Algumas inspirações nisso, mas a maioria vêm mesmo de twin stick shooters top down.

MBG – O jogo poderá vir a ter algum modo de criação, parecido com SnapMap de DOOM?

Luís Monteiro – Em princípio, não estamos a planear isso. Mas é uma coisa a ponderar.

MBG – Qual a sensação de estar numa feira de jogos e quais são as vossas expectativas?

Luís Monteiro – Expectativas…Nós agora estamos a participar nos prémios PlayStation. Tivemos sorte, estamos nos finalistas. Gostávamos de ganhar, e ganhando dava-nos a possibilidade de desenvolver, realizar e lançar o jogo. Neste momento, é o nosso sonho, era que isso acontecesse. Mas se não ganharmos, torna-se mais complicado. As nossas expectativas é ganhar, não estamos a pensar noutra coisa.

MBG – Como tem sido o feedback de quem já jogou?

Luís Monteiro – Nunca tínhamos apresentado o jogo ao público desta maneira. Tem sido brutal a quantidade de feedback e dicas, e coisas que os jogadores pensam que podia ficar bem no jogo. Nós já temos uma lista enorme de coisas para pensar, para fazer. E de bugs para resolver.

MBG – Como tem sido a vossa experiência como criadores de jogos? Quais são os maiores obstáculos neste momento?

Luís Monteiro – Tem sido bom, mas tem aqueles lados maus. Porque nós somos estudantes, nós neste momento estamos a trabalhar, alguns por conta própria, outros se calhar já têm um emprego e não têm tanto tempo para dedicar. Ou seja, as coisas podiam resultar se pudéssemos concentrar nisto a 100%. Mas pronto, estamos a fazer o máximo possível com o que temos.

MBG – Qual o estado do desenvolvimento do jogo? Já têm tudo delineado ou ainda existem várias mecânicas/visuais/narrativa/etc. por estruturar que gostavam de ver implementadas no futuro?

Luís Monteiro – No futuro gostávamos de ter online. É uma coisa que queremos mesmo implementar, porque acho que é essencial, além de termos o couch co-op, termos a parte online. Neste momento temos a maioria do jogo já bem estruturada, do que está para ser implementado e o que não está. Temos algumas coisas que ainda estamos a ver mais ou menos, se vale a pena implementar ou não e se faz sentido no jogo. Mas a maioria da estrutura já está in place.

MBG – Porquê o nome de Pink Dogs?

Luís Monteiro – Porque a nossa artista gostava de cães e de cor-de-rosa. Ela sugeriu o nome e a gente gostou (risos). Foi uma escolha simples e achámos piada.

MBG – Qual o jogo favorito de cada elemento da equipa?

Luís Monteiro – Complicado…Eu gosto muito dos jogos da PlayStation 2. O Jak and Daxter foi um dos melhores jogos e dos meus favoritos. Tenho pena que não tenham continuado. Mas também gosto muito de World Of Warcraft, se bem que agora não tenho tempo para jogar.

MBG – Queremos agradecer pela tua disponibilidade para nos dar esta entrevista e se quiseres dizer umas últimas palavras agora é o momento.

Luís Monteiro – Esperemos que isto funcione e vá para a frente. Acho que os prémios PlayStation são bons a dar uma chance a estúdios mais pequenos para conseguir chegar ao “topo” – para nós é o topo, para outros não – acho que são boas iniciativas, acho que Portugal precisa mais disto, que sei que cá ainda está em desenvolvimento, acho que é bom e o ideal é continuar com isto para a frente.

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