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Análise – God of War

O Deus da Guerra está de volta, mas para sermos mais realistas, verdadeiros e precisos, é mais justo afirmar que Kratos renasceu, mais maduro e experiente, mas obviamente sem descorar o seu passado e tudo o que o envolve.

Depois de fazer justiça pelas suas próprias mãos, enfrentando e aniquilando os Deuses do Olimpo, Kratos surge neste título numa nova localização e ao contrário dos anteriores jogos da saga, não está sozinho. Atreus, seu filho, fruto de um relacionamento com Faye, que entretanto teve o infortúnio de falecer, deixando-os solitários e de coração partido, está presente e é uma peça central, quer da história e até mesmo da ação e jogabilidade. Juntos juraram honrar a memória de Faye e iniciam uma aventura repleta de descobertas e perigos, com destino ao topo da montanha mais alta da região, onde irão depositar as suas cinzas.

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Mas Kratos está completamente transformado. A raiva, sede de vingança e cólera que outrora eram dominantes nas suas ações, estão agora camufladas e já não existem para fazer justiça pelas próprias mãos. No entanto, a revolta e o tumulto de espirito estão presentes na personagem, mas desta feita surgem de modo a proteger o seu descendente, impedindo que este perpetre os mesmos erros que ele cometeu no passado e a mante-lo fora dos riscos. Apesar de fazer transparecer uma relação com Atreus, fria, severa e até em certo modo exagerada, Kratos tem em mente um intuito bem preciso, a sua proteção, custe o que custar e usando qualquer meio, mesmo que signifique o seu sacrifício.

Em Midgard, o local escolhido para se refugiar depois de destruir o Olimpo e tentar viver a vida como um simples mortal, Kratos e Atreus irão enfrentar inúmeras ameaças, todas elas relacionadas com a mitologia Nórdica, desde o abandono do seu lar até ao cume da montanha, o destino da missão.

Mas não foi só a personalidade de Kratos que mudou, o próprio jogo em si está completamente transfigurado, como já seria de esperar. A sua premissa é igualmente abater os seus oponentes ou quem se opõe ao seu caminho, mas de uma forma mais ponderada e precisa, arriscando mesmo a afirmar que God of War deixou de ser um Hack and Slash e aproximou-se em muito de um RPG ainda que ligeiramente dissimulado.

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Para além da ajuda progressiva que Atreus fornece a seu pai Kratos, única personagem diretamente controlável pelo jogador, ainda que sejamos nós a indicar quando e para onde Atreus dispare as suas setas através do seu arco, o Deus da Guerra possuí agora um machado (Leviathan), mas engane-se aquele que o julgue trivial, pois consta-se que o próprio foi forjado pela mesma pessoa que produziu o poderoso martelo de Thor (Mjölnir), daí as semelhanças. Kratos, consegue arremessa-lo contra inimigos e destruir partes dos cenários a longas distâncias, chamando-o de volta a si. Para completar o armamento, existe ainda um escudo que não só protege a nossa personagem das investidas dos hostis, mas também depois de evoluído pode ser usado como arma que causa dano ou atordoamento.

As comparações com os seus antecessores são inevitáveis e no aspeto do combate, tal como o que já referimos acima, a Santa Monica Studios, metamorfoseou o que já existia anteriormente. O que dantes era uma luta intensa, frenética e insana, deu lugar a uma batalha mais ponderada e prudente, recorrendo mais frequentemente à defesa e/ou à esquiva dos golpes inimigos. Evolutivamente vamos enfrentando vilões mais vigorosos e apetrechados, dificultando-nos na nossa demanda, mas para fazer face a essa situação, Kratos e Atreus, podem ser aperfeiçoados através de uma completa árvore de habilidades.

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Díspares possibilidades estão ao nosso dispor, desde armaduras para ambos os personagens melhorando os diferentes atributos, novos e mais poderosos golpes, runas que adicionadas ao machado fortalecem o dano causado, encantamentos para fortalecer ou restaurar a energia, entre outras. Tudo isto às custas de pontos de experiência que são conquistados ao derrotar inimigos, peças de prata que são recolhidas depois de destruir elementos do cenário, missões secundárias que fornecem itens raros e outros tipo de recursos que podem ser encontrados em arcas, possibilitando o aumentar nível de Kratos e permitindo-lhe enfrentar os inimigos mais poderosos. Por isso é fundamental e de extrema importância, vasculhar todos os locais do mapa e realizar algumas missões paralelas antes de avançar na história principal. Um dado curioso que é importante no aspeto dos melhoramentos do nosso armamento é a existência de dois anões, que aparecem em zonas estratégicas do mapa, que para além de serem fundamentais nessa área, são os responsáveis por conferir um lado cómico ao jogo, sempre em permanente conflito e escárnio, um com o outro. Os seus nomes são Brok e Sindri, mais conhecidos como os irmãos Huldra.

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Continuando as comparações e das poucas que este God of War pode eventualmente perder pontos para os anteriores, é o confronto com os gigantes bosses, que efetivamente também estão presentes nesta nova versão, mas quer na escala e quer na quantidade, são irremediavelmente inferiores. No entanto, em compensação, o mundo ao nosso dispor é brutalmente superior, incomparavelmente distinto e rico em locais para explorar. Mas não pensem que não vão existir confrontos dantescos, contra alguns dos deuses nórdicos e que não ficam nada a dever aos da mitologia grega, pois irão obviamente suceder.

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Graficamente, God of War é daqueles títulos que quase não existem palavras para descrever aquilo que os nossos olhos conseguem captar enquanto jogamos. Roça claramente a perfeição, onde quer que a aventura se desenrole e acreditem, viajamos por muitos locais, todos eles bem dissemelhantes, desde florestas com complexos tipos de vegetação até às montanhas glaciais, passando por minas turvadas e lagos repletos de cascatas, tudo isto com uma fluidez que confere ainda mais fascínio ao título.

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A nível sonoro, e centrando-me na versão em Português, onde o ator Ricardo Carriço empresta e bem a sua voz ao Deus da Guerra, a excelência é mantida. Locais mais fechados e sinistros é claramente audível o tom mais abafado das vozes, sendo que ocorre exatamente o oposto no topo da montanha. Os diferentes sons do machado a esbarrar em distintos tipos de material conferem também um detalhe bastante assinalável.

A longevidade, tal como quase tudo nesta obra, é na dose certa, pois o desenrolar da aventura corre o seu fluxo normal, sem se tornar entediante, maçuda e repetitiva, sendo que ao mesmo tempo contempla aqueles que pretendem voltar atrás, em busca do eventual erário deixado por explorar, provando mais uma vez que até nesse ponto a Santa Monica Studios conseguiu criar uma simbiose perfeita, mesclando os aspetos tradicionais de um jogo com uma narrativa envolvente e profunda, podendo mesmo ser apelidada de uma lição de vida.

Em suma, God of War rompe claramente o cordão umbilical com o passado, presenteando-nos com um Kratos mais paternal e longe da fúria cega de vingança. Paralelamente, as novas mecânicas introduzidas no jogo, aproxima-o aos tempos modernos, lançando hipotéticas bases para o seguimento de uma das séries mais amadas pelos fãs dos jogos.

O Deus da Guerra está de volta, mas para sermos mais realistas, verdadeiros e precisos, é mais justo afirmar que Kratos renasceu, mais maduro e experiente, mas obviamente sem descorar o seu passado e tudo o que o envolve. Depois de fazer justiça pelas suas próprias mãos, enfrentando e aniquilando…
Jogabilidade - 98%
Gráficos - 99%
Som / Banda Sonora - 97%
Longevidade - 98%

98%

God of War não é só para ser jogado, mas sim para ser vivido intensamente, disfrutando desde o mais minucioso detalhe até ao colossal combate com os deuses, tudo isto no meio de uma viagem de proporções épicas entre Kratos e Atreus.

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Carlos Silva

One comment

1 Pings/Trackbacks for "Análise – God of War"
  1. […] em 2018 para a PlayStation®4 e que está classificado actualmente com 94 no Metacritic, e com 98% na MoshBit Gaming, passa a estar disponível também para PC e já pode ser reservado nas lojas no Steam e na Epic […]

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