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Análise – Horizon: Zero Dawn

Após o seu trabalho dedicado a Killzone, a Guerrilla Games decidiu seguir um caminho completamente novo. E ainda que o fez, pois podemos testemunhar ao excelente trabalho da equipa. Horizon: Zero Dawn decorre num futuro, mas não numa galáxia longínqua. Neste futuro, as máquinas comandam a vida do planeta Terra, mas algo mudou como estas interagem com o meio ambiente. A personagem principal é Aloy, uma rapariga exilada à nascença. Ao crescer, Aloy não percebe porque todas as pessoas da tribo vizinha a rejeitam, e decide procurar as respostas por si própria. Mas a verdade pode não ser bem o que ela estava à espera.

A história desenvolve-se de uma maneira simples, mas consegue adicionar complexidade, ainda que não seja difícil de compreender. De certa forma, vemos Aloy desde bebé até ao momento em que maioria do jogo acontece. À medida que vamos jogando, a história toma proporções globais, ao contrário do que nos foi dito no princípio do jogo, e desvendamos o porquê do planeta estar a ser governado por máquinas. Ao encontrarmos personagens chave para a trama do jogo, teremos que conversar com as mesmas, e em alguns pontos, teremos que escolher que tipo de conversa teremos com a mesma: compreensiva, inteligente ou agressiva, sendo este um elemento muito comum no género Action RPG. As personagens podiam ter mais personalidade, mas ainda assim conseguem ser bastante credíveis e muito bem representadas. Até mesmo aquelas personagens secundárias que aparecem “5 segundos” e nunca mais as vemos. Toda a história de Horizon está interligada, e isso é bastante notável no desenvolver da mesma.

O mundo de Horizon é muito rico e variado, colocando-nos numa montanha nevada, fazendo passar por pântanos, florestas densas, desertos escaldantes, passando por palácios e masmorras futuristas (lembrando Matrix), existindo uma grande variedade de ambientes. E ao contrário de muitos jogos de mundo aberto, existe vida em cada desses ambientes, sendo que podemos encontrar todo o tipo de vida “animal”, normalmente dominada pelas máquinas, variando o tamanho de cada um. Em Horizon, é preciso andar muito atento, pois em poucos segundos podemos estar a explorar um novo mundo, como estamos a fugir de um colosso cibernético. Existe sempre algo à nossa espera em qualquer canto do jogo, e isso faz com que torne todo o meio ambiente e as suas interacções credíveis. Mas isto ocorre de forma natural e suave, pois temos um mundo à descoberta enorme. É impressionante a qualidade e imersividade, conseguida pela Guerrilla. Mas caso queiram explorar este mundo de uma ponta à outra, preparem-se porque vão demorar muito tempo a descobrir cada recanto.

Os gráficos são impressionantes e, possivelmente, os melhores na PlayStation 4, pois o mesmo mundo descrito acima, pode ser vislumbrado em qualquer ponto de exploração. Existem certos lugares onde podemos ver as máquinas mais gigantescas ao longe, dando uma escala real ao mesmo mundo. As cutscenes mais importantes têm animações soberbas, dando mais credibilidade às personagens, mas o mesmo não acontece com conversas estáticas, onde por vezes as mesmas parecem robôs. Ainda assim, nada de preocupante nem que tire o jogador da experiência. Encontrei alguns bugs durante a minha jogabilidade, mas o mesmo acontece, nada que prejudique a experiência final. Normalmente aconteceram com certas posições em relação à luz, o que pode ser derivado ao motor de jogo e a sua interacção. Acredito que, caso seja necessária, exista uma actualização que corrija os mesmos. Refiro, outra vez, que não é nada que prejudique a experiência final. Todo o ambiente parece vivo, e é de louvar o trabalho imenso de o tentar criar credível, com a paisagem dinâmica e as condições atmosféricas.

Mas para esse mundo se tornar credível, também é preciso soar credível, e o facto haver sempre algum barulho de fundo durante a nossa viagem, torna a experiência ainda mais gratificante. E com barulho de fundo, quero dizer sons da cidade, sons da natureza em redor, sons das máquinas, tudo. A banda sonora consegue ser bastante eclética, demonstrando o tipo de ambiente em que nos encontramos. Existem também presente, o tema principal do jogo, que podemos presenciar pelas várias notas das composições musicais.

A jogabilidade é soberba e muito refinada. Completamente moderna, na forma como foi implementada, mas acessível. Pode levar algum tempo a habituar, mas nada fora do normal. Aloy tem ao seu dispor várias técnicas e habilidades, em que poderão combinar umas com as outras, de forma a terem um desempenho ainda maior, principalmente para as máquinas gigantes que vão encontrar pela vossa frente. E irão saber que tipos de máquina são, com a ajuda do Foco, um aparelho da civilização antiga. Este aparelho ajuda-vos a analisar o ambiente em redor, e que tipo de máquina se encontra à nossa frente, referindo as fraquezas e que tipos de componentes cada uma tem, mas preparem-se para descobrir como as derrotar sozinhos. O jogo não é muito difícil, mas não vão estar de mão dada, dando um excelente desafio aos jogadores a pensar em novas maneiras de derrotar cada inimigo. Uma das melhores, e mais divertidas, jogabilidades desta geração. Mas se a exploração horizontal consegue ser soberba, já a exploração vertical consegue ter alguns problemas. Nada de especial, mas pode quebrar um pouco a fluidez do jogo. Ainda assim, consegue ser prática e poderão até aprender técnicas que poderão usar nas partes mais difíceis.

O jogo depende muito da furtividade e conseguir alcançar os objectivos da maneira mais quieta possível, pois ser descoberto neste jogo pode ser um enorme contra-tempo. Caçar é o seu forte, mas terão pela frente gigantes, e terão que planear com alguma estratégia como derrotá-los. Não sei até que ponto os jogos do género Stealth foram inspiração para Horizon, mas claramente foi investida uma enorme atenção na forma como podemos navegar pelos locais e como nos esconder dos perigos. Existem até algumas técnicas usadas no género Stealth, atraindo inimigos e derrotá-los de forma furtiva, sendo que fiquei bastante surpreendido com a eficácia, pois maioria dos jogos colocam uma secção “stealth” da forma mais descabida possível, e torna-se um desagrado ultrapassar aquela fase. Mas isso não acontece com Horizon, que tem as suas prioridades na furtividade, e consegue implementar a mesma de uma forma excelente. Há quem diga que existem indícios de Hideo Kojima no jogo, mas…

Em termos de arsenal, temos à nossa disposição vários tipos de armas, desde fisgas, arcos e arcos de precisão, bombas, armadilhas, e lanças, sendo que podemos adquirir melhorias e optimizações para as mesmas, desde que tenhamos certos requisitos na altura da compra. E alguns desses requisitos podem ser complicados, mas nada extremamente difícil. O mesmo acontece com as nossas roupas de combate, podendo escolher entre roupas furtivas, blindadas ou simplesmente com um pouco de tudo. Ter a roupa e a arma/munição certa para a ocasião certa, é algo extremamente importante e pode-vos poupar munições e dores de cabeça, durante algum combate, sendo que apenas podemos ter quatro armas ao mesmo tempo, mas é possível mudar as armas e roupas a qualquer altura. Existem inimigos com vários tipos elementais (fogo, electricidade, gelo,etc), por isso, quanto mais cedo os arranjarem, menos problemas terão na vossa jornada por este mundo.

Tal como o género já nos habituou, existem missões principais e secundárias, juntando-se à lista os recados, pequenas missões que conseguem completar em pouco tempo, caso queiram, mas que pouco a pouco vão aumentando a dificuldade. Como já é um marco nesta geração, temos coleccionáveis, zonas de combate (dominadas por humanos ou máquinas), pontos de vantagem que podemos visualizar uma parte mais abrangida do mapa. Uma parte dos coleccionáveis, são textos e pequenos excertos áudio de como era a Civilização Antiga, e o que realmente aconteceu até desvendarmos a verdade. Dado que Horizon tem muito para explorar, aconselho a completarem o máximo de missões possíveis, pois todas as missões adicionam pedaços de história, e às vezes, até formas mais fáceis de ultrapassar um obstáculo.

E como também já é comum, temos um sistema de experiência, que vamos acumulando com as missões, aumentando a barra da nossa resistência e adquirindo pontos de habilidade, que são extremamente importantes, pois condicionam o tipo de técnica que iremos utilizar, como recolhemos materiais e a qualidade furtiva nos nossos ataques, durante toda a nossa viagem. Está também presente um menu crafting, onde podemos construir as nossas munições, bombas, armadilhas, poções, modificar a capacidade da bolsa, das roupas e armas. O sistema é simples e eficiente, e sinceramente, é o melhor para uma série agora começou, podendo adicionar elementos diferentes nos próximos títulos. Podemos, também, ver quais os recursos necessários para fabricar um certo tipo de item, e até criar uma missão para encontrar os recursos certos, sendo que podemos ter que caçar animais verdadeiros (lebres, javalis, perus e trutas, entre outros), de forma os requisitos necessários para cada arma, ou até mesmo, itens especiais disponibilizados pelos comerciantes. O mundo em redor tem recursos mais que suficientes para apanharem, mas caso necessitem de algum específico, podem sempre comprar.

Por fim, temos o modo fotografia, que temos sido cada vez mais habituados a estar presente nos jogos. Muito simples de usar, e podem utilizar quer quando estão a jogar, quer estejam perante uma cutscene, o que é uma mais valia, pois existem certas cenas no jogo que realmente são impressionantes. E claro, existem filtros para aumentar a monotonia ou tornar as cores ainda mais vibrantes.

Horizon: Zero Dawn é um novo marco para a PlayStation e para a Guerrilla, sendo um excelente título, e absolutamente obrigatório para os jogadores. É um título bastante divertido, capaz e nada aborrecido, sendo que no seu género, é muito comum estarmos num mundo sem nada para fazer, e tornar-se uma chatice tremenda. Mas Horizon consegue inovar e ter originalidade, num género cada vez mais comum e habitual para os jogadores. Horizon: Zero Dawn pega em elementos conhecidos, como no The Witcher e Metal Gear Solid, e até em certas alturas Shadow of The Colossus, e molda-os de forma absolutamente fantástica, formando um jogo com uma excelente apresentação, grafismo e jogabilidade, sendo familiar, mas divertido. É um excelente trabalho da equipa Guerrilla, que é difícil ficar indiferente quando temos o comando na mão.

Horizon: Zero Dawn estará disponível para a PlayStation®4, em exclusivo, no dia 1 de Março de 2017. Para mais informações, visita o website oficial.

Nota do autor: Este jogo foi analisado numa PlayStation 4 original.

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█ F.S.

Após o seu trabalho dedicado a Killzone, a Guerrilla Games decidiu seguir um caminho completamente novo. E ainda que o fez, pois podemos testemunhar ao excelente trabalho da equipa. Horizon: Zero Dawn decorre num futuro, mas não numa galáxia longínqua. Neste futuro, as máquinas comandam a vida do planeta Terra, mas…
Jogabilidade - 98%
Gráficos - 96%
Som/Banda Sonora - 94%
Longevidade - 95%

96%

Excelente

Horizon: Zero Dawn pega em elementos conhecidos, como no The Witcher e Metal Gear Solid, e até em certas alturas Shadow of The Colossus, e molda-os de forma absolutamente fantástica, formando um jogo com uma excelente apresentação, grafismo e jogabilidade, sendo familiar, mas divertido. É um excelente trabalho da equipa Guerrilla, que é difícil ficar indiferente quando temos o comando na mão.

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Filipe Silva
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3 comments

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  1. […] Depois de um fim de ano extremamente competitivo em termos de videojogos, eis que finalmente chega a nossa análise do DLC The Frozen Wilds, para o excelente jogo Horizon Zero Dawn. […]

  2. […] serem dos melhores possíveis à data de lançamento. Apesar de ser o mesmo motor de jogo que Horizon: Zero Dawn, o mundo de Death Stranding é muito mais inanimado, débil e cheio de surpresas. Em todo o jogo, […]

  3. […] de Horizon Forbidden West ser lançado cinco anos depois de Horizon Zero Dawn, a história decorre apenas alguns meses depois. O perigo agora vai ser muito maior e vai ser […]

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