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Análise – Evil Below (PS4)

Evil Below chegou finalmente à PlayStation 4 e PC. O jogo do estúdio português Fire Raven Studios, foi o grande vencedor da da 6ª Edição dos prémios PlayStation Talents, em 2020. Torna-se bastante claro que esta grande iniciativa da PlayStation está cada vez mais a dar frutos, e Evil Below é precisamente um dos projetos que comprova isso mesmo.

Narrativa

O jogo começa com uma simples viagem de carro, onde somos uma mãe ao volante de um carro, onde o nosso filho vai nos bancos de trás. Tudo parecia normal, até sofrermos um grave acidente e irmos parar a um outro mundo. Toda a narrativa passa então a focar-se na demanda para encontrar o nosso filho, sendo que para isso temos que atravessar florestas sombrias cobertas de nevoeiro, castelos, cavernas, aldeias, masmorras, entre outras localizações, todas elas repletas de criaturas prontas a atacar-nos.

Gameplay

Evil Below apresenta-nos uma interface de utilizador (UI) minimalista, onde quase nada nos é indicado no ecrã. Aliás, todo o jogo em si está feito de forma a que o jogador tenha que traçar o seu próprio caminho e explore o mapa para progredir no jogo. É uma mecânica que se tem tornado cada vez mais comum, principalmente em RPG’s e neste caso assentou que nem uma luva.
A forma de salvarmos o nosso progresso é muito semelhante à de Elden Ring, sendo uma clássica mecânica soulslike que aqui foi implementada. Isto porque temos que ativar os pontos de descanso, e sempre que o nosso personagem é derrotado regressamos ao último ponto de descanso ativado.

Em todo o ambiente do jogo em si e na maioria das suas mecânicas, sentimos as inspirações em grandes clássicos survival horror como Silent Hill e ainda os dois últimos títulos de Resident Evil.
As inspirações em Resident Evil vão além da gameplay e do ambiente, sendo que é notável a forma como nos remetem diretamente para Resident Evil Village em pontos como o design de inimigos e até de algumas armas como a foice e a faca.

Ao longo do caminho vamos encontrando várias armas, que vão de tijolos e pás de coveiro, passam por martelos e facas, até chegarmos efetivamente a armas de fogo como o revolver. Só podemos carregar duas armas de cada vez, sendo que temos sempre que largar alguma das nossas armas para levar uma nova. O próprio inventário é também ele limitado, mas há upgrades que podem ser desbloqueados em certos pontos. Até aumentarmos o nosso inventário, temos que conseguir gerir os recursos para o espaço que temos, algo que também nos remete de certa forma a Resident Evil.

Usa a tua voz

Apesar de todos os elementos que nos são familiares de outras franquias survival horror, Evil Below trouxe algumas mecânicas refrescantes como é o caso do uso do microfone. Ao longo de todo o jogo, vamos encontrando objetos que interagem com a voz, muitos deles sendo essenciais para progredir no jogo, como os puzzles. O conceito tinha imenso potencial, mas parece ser sido um pouco desperdiçado, tendo em conta que apenas precisamos de fazer um som aleatório, num determinado volume e durante um determinado tempo para encher a barra medidora do microfone.

Combate

O combate é sem dúvida a parte mais desafiante do jogo. Os inimigos são difíceis de derrotar, principalmente quando estamos com as armas mais iniciais. São precisos vários tiros certeiros e vários golpes de machado para derrotar até o inimigos mais básicos, e são precisos muitos poucos ataques do inimigo para nos deitar ao chão. Este sentimento punitivo que o combate nos transmite faz remeter para o género soulslike, e a utilização do parry ajuda ainda mais nesse sentimento.

Claro que podemos evitar também o combate em certas partes utilizando o stealth, mas aqui sentimos que claramente a mecânica não foi bem otimizada. Isto porque de facto consegui esquivar-me por detrás de um grupo de inimigos enquanto me agachava, mas noutra situação, procedendo exatamente da mesma forma, um inimigo que estava com um muro de separação de mim que não permitia ver-me, a uma distância considerável e eu estava bastante bem escondida, esse mesmo inimigo começou a atacar-me e a acertar na parede à sua frente. Parte disto também está relacionado com a AI dos inimigos, mas acaba por ser compreensível.

Gráficos e visuais

Sendo um estúdio indie de pequenas dimensões, e sendo este o seu primeiro grande projeto, é natural que o nível gráfico não esteja dentro dos padrões que estamos habituados, seja para a geração anterior, para o qual o jogo desenvolvido, ou para esta nova geração.
Os assets não têm grandes detalhes em geral, sente-se que os personagens estão pouco polidos e o ambiente também, mas mesmo com detalhes baixos, muitas vezes as texturas levam bastante tempo a carregar e ficamos com objetos borrados até o carregamento ser concluído.
Outro problema que notei foi precisamente nas cutscenes, visto que existe um corte grande, abruto e nada transacionado entre os momentos de gameplay e a introdução da cutscene. A primeira cutscene que me surgiu durante um momento de jogabilidade acabou por me assustar, visto que o ecrã ficou preto durante alguns milésimos de segundo e pensei que a consola se tinha desligado subitamente.
Felizmente nem tudo é mau na parte visual de Evil Below, visto que foi feita uma boa ambientação em geral que nos envolve no espírito de survival horror.

Som

O design de áudio do jogo em geral está bom para os efeitos sonoros e para criar a ambientação do jogo, mas de facto fica um tanto fraco quando o assunto é a voz dos NPCs, visto que soa bastante “artificial”. Uma banda sonora mais rica poderia dar também valor extra ao jogo, mas o design de áudio pensado para a ambientação do jogo consegue colmatar em grande parte esta falha.

Veredicto

Existe muito trabalho a ser feito em Evil Below. O conceito é muito bom, tem grandes ideias e as inspirações e referências são bastante bem implementadas no projeto, mas todos estes aspetos poderiam ser mais trabalhos e polidos para alcançar um nível de qualidade superior. Já os gráficos e o som, são provavelmente onde o jogo está mais carecido de trabalho. Uma coisa é certa, Evil Below é um jogo bastante divertido de se jogar e promete diversas horas de jogo bem passadas. Há potencial neste projeto e certamente que iremos ouvir falar mais deste pequeno estúdio, quem sabe até com um Evil Below 2.

Evil Below está disponível para a PlayStation 4 e PC. Para mais informações, visita o website oficial.

Evil Below chegou finalmente à PlayStation 4 e PC. O jogo do estúdio português Fire Raven Studios, foi o grande vencedor da da 6ª Edição dos prémios PlayStation Talents, em 2020. Torna-se bastante claro que esta grande iniciativa da PlayStation está cada vez mais a dar frutos, e Evil Below…

Evil Below (PlayStation4)

História - 59%
Jogabilidade - 66%
Gráficos - 39%
Som/Banda Sonora - 43%
Longevidade - 60%

53%

Razoável

Existe muito trabalho a ser feito em Evil Below. O conceito é muito bom, tem grandes ideias e as inspirações e referências são bastante bem implementadas no projeto, mas todos estes aspetos poderiam ser mais trabalhos e polidos para alcançar um nível de qualidade superior. Já os gráficos e o som, são provavelmente onde o jogo está mais carecido de trabalho. Uma coisa é certa, Evil Below é um jogo bastante divertido de se jogar e promete diversas horas de jogo bem passadas. Há potencial neste projeto e certamente que iremos ouvir falar mais deste pequeno estúdio, quem sabe até com um Evil Below 2.

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Nicole Concha

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