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Análise – Bayonetta Origins: Cereza and the Lost Demon

Acho que muitos, tal como eu, não estavam à espera do anúncio de Bayonetta Origins: Cereza and the Lost Demon. Este é um título que tenta mostrar um pouco do passado de Cereza, mais conhecida como Bayonetta, e Chechire, o seu demónio de eleição.

Bayonetta Origins: Cereza and the Lost Demon começa por explicar como Cereza se tornou numa bruxa Umbra e como ganhou alguns dos seus poderes. Após algum tempo, descobrimos que Cereza está a aprender e a treinar para ser uma bruxa, e consegue invocar um demónio. Demónio este que fica “preso” ao peluche favorito de Cereza, Chechire. Então, graças a esta obra do destino, exploramos uma floresta proibida, chamada de Avalon, encontrando todo o tipo de obstáculos pela frente. Sem dar muitos detalhes da história, é um pouco como qualquer história de crianças feitas até hoje: criança é retirada da mãe/dos pais, é “adoptada” por outra entidade/pessoa, tem uma segunda oportunidade na vida e de mostrar que é um ser íntegro, acontecem as coisas mais estapafúrdias durante a sua aventura, encontra um amigo que não o parece ser ao inicio e tenta derrotar o mal.

Sem fugir muito a este esquema, a história é simples e minimamente previsível, mas ainda assim causa uma ou outra surpresa. Apesar da idade proposta pelo jogo, este tem todo um toque mais infanto-juvenil, com aquelas pequenas picardias entre as personagens principais do jogo, tudo muito propício deste tipo de obra para esta faixa etária. Ainda assim, facilmente aprazível para qualquer adulto, principalmente fã da série. A história é simples, mas muito eficaz, com algumas surpresas pelo meio. De notar que o narrador parece estar a ler uma história e a contar a mesma como se fosse um livro.

A jogabilidade deste título é muito diferente daquela a que estamos habituados na série Bayonetta. A jogabilidade lembra um pouco Brothers: a Tale of two Sons, com a possibilidade de podermos jogar com duas personagens diferentes, ambas controladas individualmente ao mesmo tempo, e em alguns momentos interagirem uma com a outra, sendo que o lado esquerdo fica cedido a Cereza e o lado direito a Chechire. Facilmente se consegue jogar co-op em várias secções do jogo, ainda que não seja o jogo ideal para tal. Lembra também um pouco Okami, não só pelo estilo visual e até uma das personagens na versão japonesa ser tratada literalmente por esse nome, mas também pelo facto de utilizarmos vários elementos ao nosso redor de forma a conseguirmos tirar o máximo partido das nossas habilidades, seja ao atravessar os variados mapas, seja ao combater os vários tipos de inimigos.

Sim, o jogo é essencialmente um jogo de plataformas com puzzles, mas sendo a PlatinumGames de que estamos a falar, claro que ia haver combate, para além do jogo fazer parte do universo Bayonetta, e o combate ser um dos focos principais do jogo e da série no geral. Apesar de ser um sistema muito mais simplificado (maioria das combos não ultrapassa os cinco movimentos), não é por isso que é menos gratificante. Cereza não tem qualquer tipo de ataque, mas consegue “agarrar” os inimigos com os seus poderes, dando assim oportunidade a Chechire de conseguir arrumar facilmente os vários inimigos. Temos à disposição ataques simples, dos vários tipos de elementos e até de grupo, sendo que cada um tem a sua funcionalidade e altura certa para ser usado. A jogabilidade varia um pouco nalgumas secções um pouco diferentes do resto do jogo, o que mantém a jogabilidade sempre fresca, sem estar sempre a bater na mesma tecla. Temos também a possibilidade de desbloquear novas habilidades ao longo da história, como a série já nos habituou.

Tal como havia referido antes, o visual tem certas parecenças com Okami. Desde as suas cores à sua composição visual e User Interface, existe sempre algo que me faz lembrar Okami, o que não é de estranhar tendo em conta que a PlatinumGames é o estúdio que desenvolveu o jogo, sendo que o original era o Clover Studio. Assim sendo, as semelhanças ficam facilmente perceptíveis por quem jogou ambos os jogos. Apesar dos estilos serem semelhantes, cada um tem as suas particularidades que os diferenciam, tornando assim uma experiência visual muito diferente e inovadora no grande espectro de jogos com um estilo semelhante. Desde as personagens principais e secundárias, passando pelos inimigos e locais, é possível reconhecer as personagens a que estamos já habituados como também é facilmente reconhecível qualquer tipo de inimigo, com o seu tema central, fadas, bem assente. O mapa no seu geral é bastante eclético nas suas cores e temas. Apesar de não ser uma experiência Nintendo comum, com os seus temas centrais de cada nível ser gelo, deserto, floresta, etc., existem elementos dessa natureza em cada parte do mapa no seu geral, sendo que utilizamos os poderes para desbloquear uma zona até então completamente inacessível, ou retirar o bloqueio de um baú protegido por magia.

Também é possível ver como a Nintendo possa ter influenciado de alguma maneira no game design do jogo, como o baú e o seu jingle, que lembra muito quando abrimos um baú em The Legend Of Zelda: Breath of the Wild, até na forma como vamos desbloqueando um pouco o mapa, explorando uma Tír Na Nóg, uma espécie de shrines ou dungoens, que no final dá-nos um baú com um coração. Mas existe aqui também algumas influências mais ocidentais, principalmente quando lidamos com a magia e temas circundantes. Os mapas, apesar de não parecerem o seu ponto forte, são realmente incríveis, tendo em conta o tamanho da experiência aqui apresentada. Temos vários que desde labirintos até zonas gigantes, conseguem mostrar como um “simples jogo de crianças” consegue ter uma apresentação bem tratada e, infelizmente, sem dar muito nas vistas, consegue ter níveis atraentes e por vezes complexos, sem qualquer tipo de loading aparente. No geral, tem uma apresentação diferente o suficiente daquilo que a série costuma ser, o que poderá chamar mais jogadores a tentarem descobrir este mundo mágico de bruxas, fadas e seres demoníacos.

A banda sonora também consegue ser um dos pontos fortes do jogo, com vários temas que lembram músicas retiradas de Harry Potter, como também pequenas referências à série, com alguns temas a emprestar os sons conhecidos dos fãs, mas sem serem demasiado óbvios nalguns casos. De notar que um dos temas composto apenas para um menu simplesmente ficou alojado num cantinho do meu cérebro e de vez em quando estou a assobiar o tema de Ignis’ Pathways. Sem razão nenhuma. É uma verdadeira prova de como a música deste jogo é realmente boa, que fica convosco durante dias. Claro está que isto é sempre subjectivo, mas ainda assim, mostra a sua qualidade.

O sound design é também bastante competente, principalmente quando exploramos entre mapas e vamos ouvindo os passos das nossas personagens pela erva ou pastos, os inimigos que vão aparecendo e dão sinal de vida, ou até todo e qualquer som que nos rodeia, seja os animais da floresta a explorarem a zona ou algum objecto de maior importância. Durante as batalhas, também temos vários tipos de sinais sonoros, que nos indicam que estamos aptos para atacar, contra-atacar ou defender.

Apesar do seu aspecto mais infanto-juvenil, o jogo tem várias dificuldades e vários desbloqueáveis. Deverão demorar cerca de 20 a 25 horas a completar a história e completar o jogo a 100%, sendo que após o jogo principal desbloqueamos uma pequena side-story, além de fatos, penteados e peluches/fatos de Chechire. Apesar de ser o ponto mais fraco do jogo, ainda assim terão aqui diversão bastante, principalmente ao navegar pelos mapas e tentarem descobrir todos os recantos de cada secção, o que por vezes não é fácil tendo em conta que o mapa consegue ser um pouco confuso em certas situações, mas nada que explorando durante algum não tempo não resolva. Sugiro no entanto uma baixa de preço para adquirir o jogo.

Bayonetta Origins: Cereza and the Lost Demon é uma experiência muito diferente daquilo a que a série Bayonetta nos tem acostumado ao longo desta década de existência, ainda que conseguimos ver o mesmo carinho aqui. A PlatinumGames consegue adicionar mais um título e um novo género à série, sem parecer completamente fora do seu elemento. Apesar de ser muito diferente na sua jogabilidade, visual, sons e temas, é perfeitamente reconhecível como um jogo Bayonetta. Este título poderá também servir como um trampolim para a série, sendo que aqui são introduzidos vários elementos, personagens e termos que a série costuma atirar ao jogador, sem ser demasiado para o mesmo. Um bom ponto de partida para quem não conhece a série, mas que infelizmente peca pela sua má promoção, ou falta dela, e pouco conteúdo. Ainda assim, continua a ser um título bastante recomendado.

█ F.S.

Análise – Bayonetta Origins: Cereza and the Lost Demon

BAYONETTA ORIGINS: CEREZA AND THE LOST DEMON já está disponível para a Nintendo Switch. Para mais informações, visita o website oficial.

Acho que muitos, tal como eu, não estavam à espera do anúncio de Bayonetta Origins: Cereza and the Lost Demon. Este é um título que tenta mostrar um pouco do passado de Cereza, mais conhecida como Bayonetta, e Chechire, o seu demónio de eleição. https://www.youtube.com/watch?v=RDykXIzYvOw Bayonetta Origins: Cereza and the…

Bayonetta Origins: Cereza and the Lost Demon (Nintendo Switch)

História - 87%
Jogabilidade - 89%
Gráficos - 86%
Som / Banda Sonora - 86%
Longevidade - 80%

86%

Muito Bom

A PlatinumGames consegue adicionar mais um título e um novo género à série, sem parecer completamente fora do seu elemento. Apesar de ser muito diferente na sua jogabilidade, visual, sons e temas, é perfeitamente reconhecível como um jogo Bayonetta. Este título poderá também servir como um trampolim para a série, sendo que aqui são introduzidos vários elementos, personagens e termos que a série costuma atirar ao jogador, sem ser demasiado para o mesmo. Um bom ponto de partida para quem não conhece a série, mas que infelizmente peca pela sua má promoção, ou falta dela, e pouco conteúdo. Ainda assim, continua a ser um título bastante recomendado.

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Filipe Silva
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