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Análise – Ghost of Tsushima: Director’s Cut

Nota do autor: Esta análise foi escrita de forma a complementar a análise feita a Ghost Of Tsushima.

Tal como acontece no mundo cinematográfico, vamos ter uma nova versão que complementa a experiência Ghost Of Tsushima, com uma nova edição, dum dos jogos que mais me marcou na geração passada, com mais conteúdo, mais geografia, melhorias visuais e funcionais, também como mais histórias e personagens marcantes. Ghost Of Tsushima: Director’s Cut tenta trazer a “experiência Akira Kurosawa” interactiva para uma nova geração de jogadores, e tem tudo a seu favor.

Japão, século XIII, a invasão do Império Mongol. A invasão está a mostrar o lado animalesco dos invasores e a tragédia que vai assolando a ilha de Tsushima, realçando cada vez mais que quem permanecer no caminho de Khan, apenas tem duas opções: ceder ao seu poder ou ceder à sua espada. O jogo começa com a batalha no seu auge, onde conhecemos Jin Sakai, a personagem principal do jogo. Jin é um samurai e senhor nobre de Omi, que aprendeu o código Bushido com os conselheiros e amigos do seu tio, Shimura, que o acompanha lado-a-lado sempre desde a sua infância, até ao início do jogo, a batalha. Tal como o seu nome, Jin é um guerreiro liderado principalmente pelos seus valores, e pela sua compaixão e respeito, pelo tio e cidadãos de toda a ilha. Jin é também um samurai destemido, com a sua ideologia altamente honrosa para com o seu adversário. Mas após esta batalha, Jin é confrontado com a ferocidade e brutalidade do Império Mongol na tentativa de conquistar o território Japonês. Mais do que defender os seus valores e ideologias, Jin quer defender os seus cidadãos a todo o custo, mesmo que isso arruíne o seu bom nome. À medida que avançamos na história, podemos ver que Jin é uma personagem complexa, e com diversos dilemas. Ele quer defender as pessoas de Tsushima a todo o custo…mas não quer que a sua família fique na sombra da realeza por causa das suas acções…mas as pessoas precisam de toda a ajuda possível sobreviver à conquista Mongol…mas o seu tio irá ser desonrado caso ele não siga as regras Bushido…e é esta dualidade que Jin combate constantemente, mais do que os batalhões mongóis.

Ghost Of Tsushima: Director’s Cut conta uma história complicada, que como qualquer guerra, nunca tem só um lado. Durante o jogo, temos a história principal e as pequenas histórias de conselheiros, amigos, estranhos, e até mesmo inimigos, que vão desenvolvendo este mundo de decisões cruciais, arriscadas e muitas vezes mortíferas. É também importante realçar em como pequenas histórias de personagens que apenas aparecem uma vez, é dada a devida importância à acção principal da personagem, da história e não apenas para “encher chouriços”. Muitas das vezes vão encontrar personagens que por acaso aparecem à vossa frente com um problema, e precisam da vossa ajuda, e que podem ajudar-vos no futuro. Ou não. Ghost Of Tsushima: Director’s Cut conta também com traições e mostra como o desespero leva a acções inesperadas, de aliados inesperados. De forma muito sucinta, e sem divulgar muito, a história principal segue muito uma ideologia cinemática, onde temos uma linha contínua de acontecimentos e acções que revelam os pontos fulcrais da história, enquanto que as outras histórias funcionam como episódios de série, existindo certas personagens que têm um lugar importante na história principal, mas que não têm a oportunidade de crescer ou desvendar as suas motivações, e assim conseguimos perceber o porquê de fazerem o que fazem. Existem também outra histórias, inspiradas no folclore, que têm o seu lado mais fantástico das lendas e história Nipónicas. A expansão adiciona novas histórias a este universo, mais precisamente na ilha de Iki, onde Jin redescobre memórias sombrias da sua infância e tentar impedir a invasão Mongol nesta pequena ilha de saqueadores.

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Ghost Of Tsushima: Director’s Cut tem uma jogabilidade complexa. Existem vários tipos de contextos para a jogabilidade, e praticamente todos os pontos estão tão aperfeiçoados que assim que fizer o click, a jogabilidade flui de forma fantástica. Apesar do jogo tentar ser realista com os seus sistemas, regras e animações, a jogabilidade não perde com isso, como acontece em muitos jogos que tentam enveredar por este caminho. Jin é assumidamente um samurai, mas ao explorar esta terra insular, vamos observando os inimigos e aprender como combater os mesmos, desenvolvendo novas técnicas, procurando por novas armas e/ou métodos de combater o inimigo, e até novas vestimentas que possam ajudar no combate ou na falta dele. Existem vários elementos RPG no jogo, como acontece em muitos jogos, e apesar não inovar nada por aí além, fá-los de forma eficaz e não obrigatória, sendo que se quisermos jogar de forma pura (sem progressão de habilidades), podemos fazê-lo sem sentirmo-nos restringidos pelo jogo “base”. Podemos ser um samurai, um fantasma, ou ambos, tanto no combate como na exploração. O elemento surpresa está aqui, e apesar de estar muito bem feito, acaba por ser muito parecido com outros jogos do género stealth, o que não é mau, note-se. Mas Ghost Of Tsushima: Director’s Cut destaca-se mais pelo aquilo que faz de diferente com os seus momentos de acção, elevando-os a algo mais do que apenas mais um confronto. Mas tal como um verdadeiro samurai, Jin não é uma personagem estática, e portanto vai aprendendo novas técnicas, posturas de combate, e até forma de aumentar o medo presente nos nossos inimigos.

Tal como foi referido anteriormente, não é uma jogabilidade fácil de introduzir ao jogador, principalmente durante os contextos de combate, mas depois de apercebermo-nos do que funciona, ou não, facilmente conseguiremos combater os inimigos de forma eficaz, chegando ao ponto de conseguirmos acabar com confrontos de vários inimigos em menos dum minuto. E durante toda esta acção, sentirmo-nos como se fossemos um samurai de verdade. Claro, o objectivo do jogo é também dar essa sensação ao jogador, mas a forma como o faz, é incrivelmente poderosa. E é aqui que Kurosawa entra na conversa novamente, porque toda a inspiração das mecânicas do jogo, são altamente inspiradas nos filmes de Kurosawa. Um dos componentes principais do jogo, é a forma como somos guiados no mundo, de forma a conseguirmos chegar ao nosso destino: o vento. O vento é o nosso guia, em todo o jogo (existe uma razão para isso), que é altamente inspirado nos momentos de maior acção, onde as personagens normalmente permanecem quietas, mas que existe sempre movimento de fundo, normalmente vento. Com a versão Director’s Cut, foram adicionadas algumas alterações, como por exemplo poder içar-nos sobre uma corda num acampamento, onde anteriormente tínhamos mesmo que percorrer o mapa de forma a conseguirmos ficar por cima do inimigo nas mesmas cordas. Pequenos detalhes que facilitam ainda mais a nossa vida, mostram o domínio de Jin sobre a arte de passar despercebido e torna o jogo mais realista, sem por isso que a jogabilidade sofra. Temos também agora um lock-on e vários esquemas de botões à escolha, tal como as novas funções tácteis do comando DualSense que estão muito bem implementadas, tornando-se muito agradáveis de usar, como acontece quando apontamos o nosso arco e temos a tensão do arco e flecha na mão.

O jogo é extremamente bonito, com diversas paisagens cheias de cor, trovoadas rajadas de cinzento escuro e azul, riachos azuis no meio de campos verdejantes, e magníficos nascer e pôr-do-sol. É um jogo deveras optimizado, que apesar de não ter ocupar muito espaço no vosso disco rígido, quando comparado com outros jogo open-world, mas que é tudo, menos um jogo pequeno, sendo que a versão PS5 é um pouco maior em relação à versão PS4. A paisagem é também bastante variada no seu conteúdo, verticalidade, flora e fauna. Encontramos também vários tipos de animais pelo mapa, sejam mais receptivos ao nosso contacto, e que até ajudam a encontrar pontos-chave, ou predadores que querem fazer-nos frente e possivelmente ter-nos como jantar. Mas da mesma forma que temos paisagens deslumbrantes e magníficas, temos também a crueldade da guerra, com pilhas de mortos, camponeses enforcados, samurais pendurados, o que restou da última batalha e famílias que tiveram um desfecho muito trágico por apenas quererem fugir.

E da mesma forma que as paisagens são bonitas, estas visões são tratadas com o maior respeito, sendo que apesar de não haver nada gráfico muito detalhado, sabemos perfeitamente o que ali aconteceu. E se formos fã do género (épico samurai), podem sempre usar um filtro inspirado em Kurosawa e absorver toda a sua atmosfera singular. Na versão PlayStation 5 temos melhorias a níveis de performance e resolução, mas graficamente não se nota uma mudança tão “drástica” como outros títulos Sony. O que é perfeitamente compreensível pois a versão anterior já era visualmente excelente, sendo apenas necessários alguns toques e refinações. Ainda assim, fica a nota que podia ter mais algumas alterações, como ocorreram em Marvel’s Spider-Man: Miles Morales ou até Marvel’s Spider-Man: Remastered.

A banda sonora do jogo está fantástica. Em todos os momentos de tensão que estão por perto, temos um tema que está presente mas levemente, sabemos que existe algo que não está 100% bem, mas ao chegarmos ao sítio onde estão o elementos de tensão (soldados, bandidos, etc.), o tema torna-se mais proeminente e intenso. Pelo meio, o design de som dá também os ares de sua graça. Quando exploramos a ilha, temos sempre connosco a nossa flauta, que podemos aprender novas músicas e dar uma vantagem utilitária à mesma, ou simplesmente os barulhos da floresta, cidade ou acampamento. Podem ser, no entanto, sons agradáveis como as folhas das árvores a mexerem com o vento ou pássaros a chilrear, ou menos agradáveis, como pessoas desesperadas pelos seus familiares que morreram ou sons de batalha, dependendo do contexto. Mas a banda sonora aumenta imenso o seu potencial quando estamos presentes numa batalha, seja mano-a-mano ou numa batalha desenfreada por território.

Em termos de novo conteúdo, temos a expansão da Ilha de Iki, onde esta é populada por saqueadores e suas famílias, como referido anteriormente, e onde Jin tem a sua atenção virada nesta história. É aqui também que Jin tem muitas lembranças de infância que voltam para o assombrar e mostrar que as feridas de outrora ainda não estão completamente saradas. Visualmente, a ilha de Iki não destoa do resto do jogo, sendo que tem vários elementos de Tsushima, colocados numa pequena ilha mais compactamente, mas de forma aprazível e não de forma complicada e atrapalhada, com algumas surpresas. Da mesma forma, a jogabilidade pouco se alterou, para além das das novidades mencionadas anteriormente, sendo que nesta ilha temos algumas diferenças nos tipos de inimigos ue defrontamos, mas também fazem sentido para maior ênfase à expansão, tal como dificuldade, pois é sugerido apenas explorar a ilha de Iki após um certo nível de experiência no jogo, o que posso totalmente atestar.

De notar, que apesar de ainda ter algumas coisas para desbloquear e pequenas histórias, o conteúdo extra não deverá demorar mais de 15 horas a completar, 20 se quiserem colocar a ilha a 100% e desbloquear troféus. Para além da expansão, temos a adição do modo Legends, que foi adicionado posteriormente à versão PS4, e que torna a acção de Ghost Of Tsushima num modo cooperativo, sendo que no futuro será adicionado mais um modo, mas desta vez em equipa, e que promete deixar os jogadores de Ghost Of Tsushima entretidos durante muito tempo.

A edição original Ghost Of Tsushima tinha muito conteúdo, missões principais, missões secundárias e todas as actividades que nos mostram este belo canto do Japão representado no jogo. Com a expansão, é adicionado ainda mais conteúdo, totalizando à volta de 130 horas de conteúdo sem sequer referir o modo online, que irá crescer no futuro. Complementando isto com os visuais e a sua jogabilidade, temos uma receita perfeita para degustar ao máximo. Se já jogaram a versão original e querem reviver este mundo, terão mais algum divertimento. Mas se estão a descobrir a ilha de Tsushima pela primeira vez, Ghost Of Tsushima foi um dos melhores jogo da geração passada e continua a ser um excelente ponto de partida para uma nova geração.

█ F.S.

Análise – Ghost of Tsushima: Director’s Cut

GHOST OF TSUSHIMA: DIRECTOR’S CUT já está disponível para PlayStation®5 e PlayStation®4. Para mais informações, visita o website oficial.

Nota do autor: Esta análise foi escrita de forma a complementar a análise feita a Ghost Of Tsushima. Tal como acontece no mundo cinematográfico, vamos ter uma nova versão que complementa a experiência Ghost Of Tsushima, com uma nova edição, dum dos jogos que mais me marcou na geração passada,…

Ghost of Tsushima: Director’s Cut (PlayStation 5)

História - 90%
Jogabilidade - 98%
Gráficos - 96%
Som / Banda Sonora - 95%
Longevidade - 99%

96%

Excelente

A edição original Ghost Of Tsushima tinha muito conteúdo, missões principais, missões secundárias e todas as actividades que nos mostram este belo canto do Japão representado no jogo. Com a expansão, é adicionado ainda mais conteúdo, totalizando à volta de 130 horas de conteúdo sem sequer referir o modo online, que irá crescer no futuro. Complementando isto com os visuais e a sua jogabilidade, temos uma receita perfeita para degustar ao máximo. Se já jogaram a versão original e querem reviver este mundo, terão mais algum divertimento. Mas se estão a descobrir a ilha de Tsushima pela primeira vez, Ghost Of Tsushima foi um dos melhores jogo da geração passada e continua a ser um excelente ponto de partida para uma nova geração.

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Filipe Silva
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