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Análise – What Comes After

Eu nunca fui grande fã de visual novels. Apesar de dar imenso valor à narrativa de um jogo, para conseguir disfrutar do meu tempo em frente ao ecrã a jogabilidade tem de ser no mínimo cativante e por essa mesma razão, fiquei na dúvida se seria a pessoa indicada para analisar What Comes After.

Uma coisa é certa…  Ainda bem que aceitei o desafio!

Em What Comes After assumimos o papel de Vivi, uma rapariga que se deixa levar facilmente pela ansiedade e por uma série de pensamentos ruminantes. ”Será que isto que eu disse soou bem? O que irão os outros pensar desta minha atitude?” Estas são algumas das perguntas que passam pela cabeça da nossa personagem enquanto esta se encontra no comboio a caminho de casa. A verdade é que é fácil identificarmo-nos com este tipo de questões. Todos nós já perdemos algum tempo a pensar no passado, como também no futuro. Um futuro desconhecido onde as suposições, as dúvidas e as crenças negativas se fazem presentes. A pergunta que os criadores de Coffee Talk e Rage in Peace pretendem responder ao longo desta aventura gráfica é: Será que vale a pena perdermos tanto tempo com este tipo de dilemas que muitas das vezes estão fora do nosso controlo?

A certa altura Vivi adormece e acorda num comboio com um destino completamente diferente: The Afterlife. É durante esta viagem que a personagem tem a oportunidade de conhecer alguns “fantasmas” e acaba por aprender valiosas lições sobre a vida e a morte através de várias conversas recheadas de filosofia e alguma comédia. O jogo não nos dá a possibilidade de escolhermos as nossas respostas, mas em altura alguma senti a necessidade ou vontade de dar um rumo diferente à conversa que estava a ter. De notar que nem todos os fantasmas são humanos. Ao longo do jogo temos a possibilidade de conversar com vários animais e plantas que também têm histórias de vida e ensinamentos para partilhar.

A arte de What comes After é bastante simples e de certa forma lembra-me as flash animations dos anos 2000, com animações básicas e sprites coloridos. O jogo conta também com algumas cutscenes nos momentos mais marcantes. A nível de som não há muito que se possa dizer visto que a maior parte do tempo ouvimos apenas o comboio em movimento. Em certas ocasiões o silêncio é quebrado por uma banda sonora que apesar de não ser extraordinariamente marcante, encaixa no mood e ajuda a trazer as emoções à flor da pele.

Eu demorei cerca de uma hora e meia a terminar o jogo. Este é um daqueles casos em que os developers optaram por proporcionar uma experiência simples, mas marcante. A adição de mais personagens e diálogo poderia arruinar a experiência tendo em conta a sua jogabilidade elementar.

De vez em quando vale a pena arriscar, sair da zona de conforto e experimentar um jogo diferente. What Comes After foi uma experiência muito positiva (uma espécie de ida ao psicólogo, mas melhor) e serviu para lembrar-me de que por vezes focamo-nos tanto nos problemas (que muitas vezes nem problemas são), que esquecemo-nos de viver. Citando um dos meus cineastas favoritos:

“Agora é a inveja dos mortos… Tu estás vivo e a viver Agora.”

Don Hertzfeldt – “World of Tomorrow”

 

What Comes After estará disponível na eShop a partir do dia 1 Abril pelo valor de 6,99€. Se é caro tendo em conta o tipo de jogo que é? Talvez. Se vale a pena o investimento? Sem sombra de dúvida.

Eu nunca fui grande fã de visual novels. Apesar de dar imenso valor à narrativa de um jogo, para conseguir disfrutar do meu tempo em frente ao ecrã a jogabilidade tem de ser no mínimo cativante e por essa mesma razão, fiquei na dúvida se seria a pessoa indicada para…
Jogabilidade - 80%
Gráficos - 80%
Som / Banda Sonora - 75%
Longevidade - 90%

81%

Mais do que um jogo, What Comes After é uma experiência introspectiva que permite ao utilizador olhar para a vida e para aqueles que o rodeiam de uma forma diferente. Recomendo vivamente!

User Rating: 4.7 ( 1 votes)
Francisco Xavier
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One comment

1 Pings/Trackbacks for "Análise – What Comes After"
  1. […] EP, da Pikselnesia: Do diretor criativo de What Comes After (do qual fizemos análise duas vezes) e Coffee Talk chega-nos uma comovente narrativa sobre amor, perda e lirismo. O jogo decorre […]

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