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Análise – TEKKEN 8

TEKKEN é o maior jogo de luta 3D, e até certo ponto o maior jogo de luta, sendo que todos nós conhecemos alguém que apesar de não ser um jogador afincado, “dava uns toques com o Eddy”. Ou o Hwoarang. E isto não é um ataque a ninguém, antes pelo contrário, é simplesmente o testemunho de quão grande TEKKEN consegue ser, que capta jogadores de todo o lado mais facilmente que qualquer outro jogo de luta, pois TEKKEN 7 conta com 10 milhões de unidades vendidas e toda a série a conseguir mais de 54 milhões de unidades vendidas. Tudo isto, enquanto o pai dos jogos de luta modernos anda pelos 52 milhões de unidades vendidas, se excluirmos arcades. Então, com TEKKEN 8 que introduz algumas mecânicas novas e alterações dos vários sistemas do jogo, tornando ainda mais fácil a entrada no mundo TEKKEN, possivelmente será um título de interesse para novos e velhos jogadores.

TEKKEN 8 introduz muitas alterações aos sistemas TEKKEN. E uma destas novas alterações, é como a história do universo TEKKEN é contado. Em títulos anteriores, tivemos vários modos que davam alusão de termos uma história em cada jogo, seja um Tekken Force e/ou The Devil Within, em que atravessávamos vários lugares com vários tipos de inimigos, ou um modo arcade com pequenos pedaços de história de cada personagem, com um final em formato cutscene. Existem títulos com modos de história mais ou menos bem sucedidos, mas TEKKEN 8 introduz o modo Story: The Dark Awakens, onde podemos ver realmente a história do jogo do princípio ao fim, com as muitas personagens integradas, todas na mesma história e com um final partilhado por todos, tornando muito mais coesa a história do universo TEKKEN. Não deverá ser surpresa para ninguém, tendo em conta a história dos títulos anteriores e os trailers do jogo, mas sem dar muitos detalhes, o confronto contínuo de Jin Kazama e Kazuya Mishima culmina neste novo título da saga.

Entre cada capítulo, existem lutas para avançar, com uma ou outra surpresa pelo meio. Existe também vários episódios de todas as personagens jogáveis, em que alguns seguem cenários “E se personagem X chegasse ao fim…?”, tal como acontecia em títulos anteriores, com alguns finais mais alegres e engraçados que outros. Também como acontecia com títulos anteriores, alguns episódios de certas personagens, regem-se mais pelo esqueleto da história principal e mostram novos detalhes sobre os acontecimentos da história principal. Em termos da série TEKKEN, este é possivelmente o título com um modo de história mais “normal”, em que temos um início, meio e fim de forma compacta e facilmente consumível, pois os títulos anteriores, excepto TEKKEN 7 que era um modo do género de TEKKEN 8 mas mais simplificado, tinham um vídeo no final de cada jornada da personagem que nem sempre ajudava a perceber o que realmente aconteceu ou até qual o verdadeiro final.

Tal como referido anteriormente, TEKKEN 8 introduz novas alterações de sistemas e mecânicas, como a inclusão do novo sistema Heat, um novo estado em que a personagem se torna mais agressiva durante um certo período de tempo, e vida recuperável, que se jogarmos de uma forma mais agressiva, conseguimos recuperar alguma da vida que perdemos até então. Mas se repararem bem no que foi referido até agora, a palavra de ordem é claramente agressividade. E nota-se um bocado no decorrer dos combates, pois é o jogo da série com os combates que mais rapidamente terminam. TEKKEN sempre teve mecânicas de juggle desde a sua primeira iteração e já fazem parte do DNA da série, mas combinando o juggle com a agressividade, é possível criar combos compridas muito facilmente, ao mesmo tempo que estas vão retirando cada vez mais vida ao adversário. Nada de extraordinário e desequilibrado como outros jogos de luta, mas sempre importante notar esta junção de mecânicas e como temos de lidar com as mesmas.

TEKKEN 8 é também o título da série que mais facilita a entrada de novos jogadores, sem baixar a dificuldade de execução. Além do modo história, temos também os habituais modos arcade e arcade battle, VS, personalização, Galeria, tal como os variados modos online. Mas agora os jogadores contam com o novo Arcade Quest, que conta uma pequena história de amizade e conquista dentro do mundo competitivo de TEKKEN, e não dentro da história do universo TEKKEN; contam também com o Super Ghost battle, um modo em que podemos defrontar fantasmas de outros jogadores ou até o nosso próprio fantasma, de forma a conseguirmos melhorar os nossos ataques, defesas e estratégias de combate, sempre com o objectivo de perceber quais os nossos pontos fracos e de melhorar; desta vez, o velhinho modo Tekken Ball volta em grande e trás consigo toda a diversão que ficou lá trás no TEKKEN 3. Facilmente um dos melhores modos de sempre e que fez muita volta.

Os modos online também fazem parte do catálogo, como os Ranked Matches, Quick Matches e Player Matches, assim como temos à nossa disposição um novo modo que actua como um hub de jogadores e actividades, como tem vindo a ser mais habitual com os jogos de luta nos últimos anos, seno sempre uma alternativa para descontrair e aprender ao mesmo tempo. Uma das grandes novidades em termos de modo de treino, é o facto de agora termos à nossa disposição vários Combo Challenges, algo que série necessitava já há alguns anos, mas que finalmente apareceram. Agora, cada personagem tem cerca de 10 combos ao desafio, juntamente com a sua lista de movimentos e combos de exemplo.

Só é pena que esta informação esteja “enterrada” no meio dos menus do modo de treino. Ainda assim, para quem quer levar o seu treino mais a fundo, nenhum TEKKEN tem tanta informação e maneiras de melhorar o desempenho como este. Mas não é só de novidades boas que TEKKEN 8 trás consigo. Será introduzida uma Tekken Shop e microtransacções a uma série que tem escapado minimamente às mesmas, se classificarmos os Season Passes como apenas DLC e não microtransacções. Por agora, apenas sabemos que os fatos legacy, que foram adicionados ao jogo base em TEKKEN 7, serão agora cobrados. Isto irá certamente abrir a porta a mais conteúdo em TEKKEN 8, sendo que ao mesmo tempo, daqui para a frente todo o conteúdo customizável, possivelmente, será sempre pago, e isso é sempre um ponto contra ao jogo.

Visualmente, o jogo está muito bom, com vários efeitos visuais muito bons, juntamente com os gráficos, que normalmente associam-se mais ao realismo. E nada demonstra melhor a qualidade gráfica que o próprio menu do jogo, onde temos vários ângulos do antagonista principal, Kazuya Mishima, e vários aspectos dos suas cicatrizes, músculos, luvas, etc. A equipa Tekken Project sabe o trabalho que deu dar vida a estas personagens para que pudessem destacar-se num novo título, e isso nota-se no menu. E durante a jogabilidade, nalguns ataques podemos ver os modelos das personagens a alterarem-se, sejam os músculos a contrair ou a flectir, seja a roupa a ficar rota ou suja, seja a própria personagem a ficar vermelha de pancada, o jogo tenta ser o mais realista possível. E com essa realidade, desta vez não temos arenas infinitas à nossa escolha, como aconteceu em TEKKEN 4, mas não é por isso que vamos estar sempre aos encontrões com as paredes. Existem arenas no jogo que são realmente grandes e com bastante espaço.

Temos também mais interacções nas várias arenas, um pouco como acontecia em Dead Or Alive ou até Injustice, com algumas partes da arena em que podemos utilizar para derrubar mais facilmente o nosso adversário. Isto sempre com uma bela vista e uma banda sonora de fundo. Já que estamos no tópico de banda sonora, a mesma acompanha a variedade dos últimos títulos TEKKEN, com uma vertente mais virada para o house, techno, drum ‘n’ bass e dubstep, ou também tudo junto numa só música, com algumas pitadas de jazz, rock, metal, pop ou até orquestra pelo meio. No geral, acho que fica um pouco atrás na qualidade de outros títulos TEKKEN, mas não é por isso que é má, nem por lá perto. E a bem dizer, continuamos a ter o modo jukebox, que nos deixa escolher qualquer música de toda a série caso uma ou outra música não seja do vosso agrado.

Os jogadores mais competitivos de TEKKEN têm jogo para meses, com os vários modos online, com a possibilidade de jogar entre as várias plataformas disponíveis com o cross-play e ainda com os novos modos de batalhar os fantasmas de qualquer jogador, facilmente têm aqui jogo para anos. No caso dos jogadores mais casuais, este título é possivelmente o que vem mais recheado de conteúdo, com vários modos de aventura, o modo história, o Tekken Ball (que tanto atrai jogadores casuais como jogadores mais core da série), a personalização, os modos arcade e os episódios de cada personagem, existe aqui muito conteúdo para “desbastar” durante algum tempo.

TEKKEN 8 tem tudo para ser um título de sucesso e integrar os jogos de luta na cultura mais geral dos jogadores, desde facilitar a introdução aos novos jogadores sem prejudicar os veteranos; contar a história duma forma mais convencional e sem grandes buracos na sua forma de o fazer, com finais ou pontos de história abertos e/ou inconclusivos; e adicionar uma camada de aprendizagem e melhoramento, de forma a manter o jogador sempre colado ao jogo, tudo isto torna TEKKEN 8 num jogo com muito potencial. Mas com esse potencial, vem as microtransacções e os seus problemas derivados. Ainda assim, recomendo para quem é fã da série e com esperança que o título dure muito tempo.

█ F.S.

Análise – TEKKEN 8

TEKKEN 8 está disponível para a PlayStation®5, Xbox One e no PC via STEAM®. Para mais informações, visita o website oficial.

TEKKEN é o maior jogo de luta 3D, e até certo ponto o maior jogo de luta, sendo que todos nós conhecemos alguém que apesar de não ser um jogador afincado, "dava uns toques com o Eddy". Ou o Hwoarang. E isto não é um ataque a ninguém, antes pelo…

TEKKEN 8 (PlayStation 5)

História - 95%
Jogabilidade - 85%
Gráficos - 98%
Som / Banda Sonora - 85%
Longevidade - 95%

92%

Muito Bom

TEKKEN 8 tem tudo para ser um título de sucesso, desde facilitar a introdução aos novos jogadores sem prejudicar os veteranos; contar a história duma forma mais convencional e sem grandes buracos na sua forma de o fazer, com finais ou pontos de história abertos e/ou inconclusivos; e adicionar uma camada de aprendizagem e melhoramento, de forma a manter o jogador sempre colado ao jogo, tudo isto torna TEKKEN 8 num jogo com muito potencial. Mas com esse potencial, vem as microtransacções e os seus problemas derivados. Ainda assim, recomendo para quem é fã da série e com esperança que o título dure muito tempo.

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Filipe Silva
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