Kirby and the Forgotten Land é a tentativa de HAL Laboratory trazer Kirby para um ambiente completamente em 3D, semelhante ao que aconteceu com os títulos 3D de Mario, que tentam inovar com novas mecânicas em cada jogo ou novas maneiras de reinventar mecânicas já bem conhecidas da série. Kirby sempre foi um dos títulos mais interessantes em 2D da Nintendo, e Kirby and the Forgotten Land é o resultado disso: inovar e reinventar mecânicas já bem conhecidas. Mas será que a qualidade consegue ser mantida quando é adicionada uma nova dimensão?
A história de Kirby and the Forgotten Land é muito simples. Basicamente, aparece um wormhole e transporta Kirby e os seus amigos para um mundo pós-apocalíptico desconhecido, mas vagamente familiar, apesar de todas as ruínas. Temos os temas de costume nos jogos da Nintendo: florestas, desertos, blocos gelados, lava. A grande diferença aqui é que não servem apenas como um fundo de exploração e inimigos, por vezes aproveitamos o ambiente em nosso redor para podermos explorar de forma mais aprofundada o nível. Exploramos este mundo à procura dos nossos amigos, encontrando outros tantos pelo caminho.
Conhecemos algumas personagens novas, mas as míticas personagens da série estão cá bem representadas e dão ar de sua graça. Com o objectivo de salvar os Waddle Dees dum final inesperado e sombrio, o objectivo de Kirby é salvar o máximo possível de habitantes desta terra. No final, temos várias memórias para partilhar. E é praticamente isso. A história de Kirby sempre foi mais um adereço do que propriamente o seu ponto de venda, ainda que no geral tenha uma história interessante com personagens mais características e cativantes. Mas se estão a jogar um Kirby provavelmente é porque a jogabilidade é o vosso ponto de interesse. Ainda assim, sem grandes conversas, é possível ver que existe cuidado na criação das personagens, motivos e pequenas interacções entre personagens.
E já que estamos no tópico da jogabilidade, essa sim vale muito a pena. Desde as mecânicas básicas até às acções especiais e power ups, passando pelos momentos de maior tensão e de obstáculos, o que não falta aqui são elementos mais do que suficientes para que os fãs de Kirby, e de plataformas, passarem um excelente bocado. Os mapas e níveis disponibilizam várias formas de podermos utilizar cada mecânica a certo ponto, e aplicar em várias ocasiões, como é o caso de cada acção do novo modo Mouthful, que é explorado em cada nível de várias formas, seja abocanhar um cone de trânsito para poder partir o chão ou alguma superfície mais complicada de partir, seja um carro para poder andar a alta velocidade, seja uma lâmpada para poder iluminar o caminho, ou até um arco de forma a poder planar pelo ar de maneira mais rápida e fácil do que o habitual.
Além das habilidades a que o Kirby nos acostumou ao longo dos anos, que agora podem evoluir e tornarem-se ainda melhores, temos algumas novas que podemos encontrar pelo mundo ou através dos bosses. É possível também jogar com um amigo e assim tornar a aventura ainda mais divertida ou até mais séria, com alguns dos bosses no modo mais complicado. Mas se estão bem habituados a este tipo de jogo, provavelmente irão conseguir dominar bem as mecânicas e conseguir ultrapassar sem grande problema. Para além disso, temos também uma cidade que serve de hub para podermos explorar vários tipos de entretenimento, que vamos desbloqueando ao longo da aventura. Se gostam de Kirby, então certamente irão gostar da jogabilidade.
Os gráficos de Kirby and the Forgotten Land e toda a sua apresentação visual mostra o quanto o mundo de Kirby consegue ser bastante diversificado, principalmente se adicionarmos uma terceira dimensão “real” ao jogo, sem as restrições dum jogo 2D. Tal como foi referido anteriormente, existem diversos tipos de níveis, cada um com o seu “tema principal” (água, fogo, etc.). E cada um é original na sua forma de apresentação e travessia. Todos os mapas são originais, mas com alguns elementos que quem segue a série Kirby consegue reconhecer facilmente, ao mesmo tempo que ao longo da nossa aventura vamos encontrando caras conhecidas. Apesar do fundo geralmente ser apresentando com um tom pós-apocalíptico, é possível ver o quanto esta pequena personagem consegue alterar o que está em seu redor e tornar esta terra desconhecida num sítio melhor.
Toda a apresentação consegue estar muito boa, ainda que o jogo tenha algumas falhas visuais, seja em termos de animações e framerate, que dependendo dos sítios consegue sofrer um pouco, principalmente quando comparamos com títulos anteriores que facilmente atingiam 60 fps, este permanece nos 30 fps. Não que isto seja uma coisa muito importante para todo o divertimento que o jogo pode proporcionar, mas é preciso notar que este título tem algumas desvantagens em relação a animações e framerate. Mas feitas as contas pouco interessam, porque o jogo tem tem tanta qualidade noutro aspectos que facilmente esquecemos estas falhas e conseguimos apreciar a obra que nos é apresentada pela HAL Laboratory. De notar, no entanto, que o jogo consegue brilhar mais no modo portátil.
A banda sonora de Kirby sempre foi um dos pontos mais fortes e este novo título não é excepção. As bandas sonoras de qualquer jogo Kirby costumam ser bastante eclécticas e variadas em termos de géneros musicais, passando pela Electrónica, Jazz, Techno misturado com Metal e até Orquestral, como também pelos vários tipos de emoções que podem provocar aos jogadores. E então agora com um possível single, a banda sonora tem tudo para brilhar nesta nova aventura. Em termos de sound design, também está tudo de acordo com o que já é habitual pela equipa: sons para tudo e mais alguma coisa, desde o chiar dos pneus do carro até ao deslizar pelo gelo, qualquer acção do Kirby, ou elementos no mapa, sonoriza o local que exploramos.
A longevidade do jogo depende muito do vosso empenho em completar, mas terão vários dias de diversão no jogo, com vários modos de dificuldade. Se jogarem com um amigo, aumentam ainda mais a diversão e podem desbloquear tudo o que há para encontrar pela cidade, personagens, bosses e até armas. A série Kirby nunca foi de muita longevidade nos seus títulos propositadamente, porque consegue fornecer grandes trechos de diversão, aumentando o seu replay value tremendamente, que sempre foi um dos pontos fortes da série: pegar no jogo, jogar durante uma tarde seguida e repetir o mesmo daqui a um mês, sem que se torne cansativo nem repetitivo.
Kirby and the Forgotten Land é sem dúvida uma das grandes apostas da Nintendo e muito bem, porque é um título muito bom, e sendo fã de Kirby, é a melhor transição que a série podia ter para uma nova dimensão. Desde a exploração, as novas mecânicas implementadas, todo o visual e som, é uma experiência tremenda para qualquer fã da série. E se estão a jogar um Kirby pela primeira vez, também não ficam nada mal servidos, sendo uma aventura fantástica. Existem pequenos problemas, mas facilmente ultrapassados pelo resto do jogo e pela sua qualidade. Um dos melhores títulos na Nintendo Switch.
█ F.S.
está disponível para a Nintendo Switch. Para mais informações, visita o website oficial.
Kirby and the Forgotten Land (Nintendo Switch)
História - 80%
Jogabilidade - 90%
Gráficos - 85%
Som / Banda Sonora - 95%
Longevidade - 80%
86%
Muito Bom
Kirby and the Forgotten Land é sem dúvida uma das grandes apostas da Nintendo e muito bem, porque é um título muito bom, e sendo fã de Kirby, é a melhor transição que a série podia ter para uma nova dimensão. Desde a exploração, as novas mecânicas implementadas, todo o visual e som, é uma experiência tremenda para qualquer fã da série. E se estão a jogar um Kirby pela primeira vez, também não ficam nada mal servidos, sendo uma aventura fantástica. Existem pequenos problemas, mas facilmente ultrapassados pelo resto do jogo e pela sua qualidade. Um dos melhores títulos na Nintendo Switch.
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