Entrevista com Francisco Santos – Out Of Line

Desenvolvedores Indie Entrevistas Novembro 29, 2017

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O estúdio independente de videojogos Duckling Studios está neste momento a trabalhar no seu primeiro título para PlayStation® 4, e PC – Out of Line. O platformer adventure está neste momento nos 10 finalistas dos Prémios Playstation, depois de já ter ganho o prémio “Melhor jogo do ano” da ETIC Games. Aproveitámos para entrevistar o Francisco Santos, Lead Artist do jogo, durante a exposição na Lisboa Games Week 2017.

MBG – O jogo terá um combate “avançado” ou seguirá mais o caminho de o evitar?

Francisco Santos – O jogo em si, quase não terá combate. O jogo revolve muito à volta de puzzles. Todo o combate que vai haver será tão em escala com a personagem, que a personagem não terá hipóteses de combater. O jogo não vive do combate.

MBG – Podemos dizer que em termos de narrativa, o jogo lembra o Inside? Quais são as vossas inspirações? E em termos de visuais?

Francisco Santos – Inside é obviamente uma das grandes influências. E em termos visuais, temos jogos como Ori and The Blind Forest, super bem trabalhado; Brothers: Tales of Two Sons, apesar de ser em 3D, também funciona; Limbo, obviamente; Braid, tudo grandes jogos de plataformas, tudo nessa onda.

MBG – Algum jogo fora do género que vos tenha inspirado a colocar mecânicas originais?

Francisco Santos – A mecânica da lança do jogo foi inspirada no jogo Titan Souls, que é um jogo de bosses, em que a personagem só tem uma flecha e o seu arco, e consegue chamar a flecha. Foi mais ou menos a partir daí que nasceu a mecânica.

MBG – Qual a sensação de estar numa feira de jogos e quais são as vossas expectativas?

Francisco Santos – A sensação é brutal! Então, como aluno e estando num meio académico, aqui ao lado de pessoal a sério e pessoal grande, é espectacular.

MBG – E a sensação ao terem recebido a noticia de serem um dos 10 finalistas?

Francisco Santos – Isso foi uma grande festa! (risos) Não estávamos à espera. “Se calhar, um jogo 2D, para a PlayStation, se calhar não é o que a PlayStation quer”. Estávamos um bocado com medo que o cortassem no início, mas ainda bem que passou.

MBG – Como tem sido o feedback de quem já jogou?

Francisco Santos – O feedback tem sido muito bom! O pessoal tem adorado o estilo gráfico, tem adorado o personagem. Gosta bastante da mecânica. É intuitivo para as pessoas usar e recolher a lança. A nível de feedback negativo, é a nível dos puzzles, o que [é preciso] fazer, mas isso faz parte do desenvolvimento.

MBG – Como tem sido a vossa experiência como criadores de jogos? Quais são os maiores obstáculos neste momento?

Francisco Santos – Os maiores obstáculos é coordenar. Eu coordenar os meus horários com o resto da equipa, apesar de sermos só duas, três pessoas mais ou menos, é difícil coordenar tudo e arranjar uma solução que funcione para toda a gente. Mas é fazível.

MBG – Qual o estado do desenvolvimento do jogo? Já têm tudo delineado ou ainda existem várias mecânicas/visuais/narrativa/etc. por estruturar que gostavam de ver implementadas no futuro?

Francisco Santos – O jogo em si tem grande parte delineada, como uma espécie de guião do que vamos fazer. Mas o que vamos fazer agora é polir esta demo ao máximo. Do género, deixar as mecânicas, os gráficos e encontrar tudo, e depois a partir deste bloco fazer os outros blocos do jogo ser uma coisa mais fluída de produzir.

MBG – Porquê o nome de San? Se o jogo for lançado no Japão, ele será chamado de San-san?

Francisco Santos – (risos) O nome San foi inspirado no Japão, sim. Por exemplo, nos filmes do Miyazaki, da Princesa Mononoke, os lobos chamam-lhe San, uma espécie de filho, uma espécie de criação que faz parte daquela família, e ficou aí, o nome San.

MBG – Qual o jogo favorito de cada elemento da equipa?

Francisco Santos – Jogo favorito…Mais recente, dos que eu gostei mais de jogar foi, por exemplo, Firewatch. Acho que o jogo é muito bom, a nível narrativo e a nível de gameplay. O jogo é uma experiência um bocado narrativa e acho isso bastante bom, bastante giro. E consegue encontrar um balanço muito poderoso.

MBG – Queremos agradecer pela tua disponibilidade para nos dar esta entrevista e se quiseres dizer umas últimas palavras agora é o momento.

Francisco Santos – Venham conhecer o nosso jogo. Estamos muito no inicio, precisamos de feedback e precisamos de mostrar o jogo.

Para mais informações:

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